Fundação Geraldo Perlingeiro de Abreu realiza 3ª etapa do Pulsar Jovem em Ipatinga
FOTOS: ELVIRA NASCIMENTO
Mais de 700 jovens de 33 municípios estiveram presentes na sede campestre da AAPI no bairro Bom Retiro onde acompanharam por toda manhã e parte da tarde uma ampla programação composta por palestra, apresentação artística do Grupo Rizoma, certificação de jovens, almoço, atividades integrativas e momento de festas.
O evento que tem como objetivo formar lideranças jovens nos 33 municípios da Bacia do Rio Doce para implementação de projetos socioambientais e ações de reparação no âmbito do desastre da Barragem de Fundão em Mariana, o ambientalista Ailton Krenak interagiu com o público, compartilhando todo o saber acumulado em sua trajetória como cidadão, filósofo, professor e escritor indígena.
Krenak afirmou que a sociedade atual é uma sociedade extrativista, que paga por tudo que consome, salientado que ela perdeu a interatividade com a terra, que é plantar e cultivar. O ambientalista fez um desafio ao público presente, perguntando se alguém morava próximo a algum curso d´água e se este morador teria coragem de beber aquela água. Ele destacou que a água brota como um elemento incolor e inodoro, entretanto as águas superficiais próximas as áreas urbanas têm cheiro e são turvas, imprópria para beber.
Olhar para o próprio território
Krenak afirmou que a sociedade atual é uma sociedade extrativista, que paga por tudo que consome, salientado que ela perdeu a interatividade com a terra, que é plantar e cultivar. O ambientalista fez um desafio ao público presente, perguntando se alguém morava próximo a algum curso d´água e se este morador teria coragem de beber aquela água. Ele destacou que a água brota como um elemento incolor e inodoro, entretanto as águas superficiais próximas as áreas urbanas têm cheiro e são turvas, imprópria para beber.
Respondendo a pergunta de um dos presentes que o indagou como recuperar o Rio Doce, Krenak afirmou que o único instrumento de recuperação do rio após a catástrofe ocorrida a oito anos atrás, é o tempo. O impacto sofrido pelo Rio Doce, segundo ele, foi algo inimaginável e que ninguém tem resposta pronta, há não ser aprender com o próprio rio.
Estrada Salão Dourado
Ailton, que é também professor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Caminhos Gerais, onde falou de sua impressão sobre o mundo atual e sobre o Parque Estadual do Rio Doce. Na entrevista, o professor afirmou que é um crime contra a mais importante unidade de conservação de Minas Gerais pavimentar a Estrada Salão Dourado. Veja no final dessa reportagem a entrevista inédita de Ailton Krenak.
Para Ailton, o Parque Estadual do Rio Doce deve ser abraçado pela população do Vale do Aço e entorno de forma efetiva. Um abraço nos aspectos físico e especialmente afetivo. O Perd é um patrimônio valiosíssimo que preciso ser encarado com muita responsabilidade pelas pessoas à sua volta.
Entende-se que todas as instituições que se preocupam com o futuro do Perd e das próximas gerações precisam se posicionar contra os interesses políticos e econômicos que estão por traz de reativar uma estrada que poderá se configurar como um retrocesso ambiental.
Fonte: https://revistacaminhosgerais.com.br/noticias/ailton-krenak-fala-para-mais-de-700-jovens-no-pulsar-jovem-pelo-rio-doce/